segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Vivendo um Pesadelo


Se imagine indo pro trabalho depois de uma noite sem dormir. Imagine como você se sentiria exausto e sem vontade de fazer nada. Se isso já parece ruim, pense em alguém que não consegue dormir a mais de um ano. Pois essa é a situação de Trevor Reznik, personagem vivido por Christian Bale em “O Operário (2004)”.
Trevor, que trabalha numa fábrica de maquinário pesado, vê seu cansaço consumindo sua saúde física e mental de maneira impressionante. Com aspecto cadavérico e constantes alucinações, ele já não consegue mais diferenciar o real do imaginário.
A situação só piora quando, por acidente, Trevor se distrai com um novo colega, Ivan (John Sharian), liga uma máquina e acaba decepando a mão de um de seus companheiros. Após o incidente, ele passa a acreditar que os funcionários da fábrica estão formando um complô para demiti-lo, fazendo com que sua paranóia apenas piore.
Passam a aparecer também estranhos bilhetes anônimos em seu apartamento, que parecem levar ao possível culpado pelo acidente de trabalho, mas que só o confundem mais quando ele descobre que na verdade Ivan não existe.
Se a situação é complicada em seu emprego, na vida pessoal as coisas também não estão nada bem. Reznik se relaciona somente com a prostituta Stevie (Jennifer Jason Leigh), que parece ser a única pessoa em quem ele pode confiar. Ele ainda mantém uma estranha relação com a garçonete Marie (Aitana Sánchez-Gijón), que trabalha em uma lanchonete freqüentada por ele diariamente no último ano.
Desta maneira o filme se desenrola, num suspense psicológico que acaba revelando no fim quem na verdade é Trevor Reznik e porque ele se tornou essa angustiada e paranóica pessoa.
Dirigido por Brad Anderson, rodado na Espanha e com orçamento de apenas US$ 5 milhões de dólares, o longa cria um impressionante clima de suspense, que prende a atenção do espectador do começo ao fim, na busca de se entender o que realmente está acontecendo com o protagonista.
Extraordinária também é a atuação do galês Christian Bale, que emagreceu impressionantes 28 quilos, conseguindo mostrar de maneira perfeita a angústia e o sofrimento, tanto físico quanto mental, do personagem. Recebeu ainda uma indicação ao Goya de melhor trilha sonora.

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